16 janeiro 2009

Já perdoaste a Deus?

Quando ouvimos uma afirmação ou uma pergunta que nos incomoda tanto que a consideramos absurda, vale a pena olhar para ela um pouco mais. Pela minha experiência, quando uma pessoa responde rapidamente e sem qualquer hesitação a uma pergunta incómoda, é porque está a esconder alguma coisa, normalmente de si própria.

Mesmo em relação a nós, crentes, a nossa vida espiritual não é aquilo que pensamos. Jeremias 17.9 diz que o nosso coração é mais enganoso do que qualquer outra coisa. Nós somos especialistas em nos iludirmos acerca de nós próprios, em nos justificarmos não só aos olhos dos outros, mas principalmente aos nossos próprios olhos.

Se olharmos para o Jardim usando a mesma medida com que nos avaliamos, a atitude de Eva não parecia ter nada de errado. Eles só queriam o que parecia bom e até justo. Quem parecia errado era Deus, querendo o conhecimento só para Si, não querendo que fôssemos iguais a Ele. “Que comentário mais chocante!” podemos pensar. Mas… vamos analisar mais devagar.

Quando nos queixamos, a mensagem que estamos a transmitir é que Deus não nos dá o que precisamos. Se Ele é omnipotente e omnisciente, quando não nos dá o que precisamos, é porque não quer. Então, quando nos irritamos com as nossas circunstâncias, no fundo estamos a irar-nos contra Deus. Muitos crentes vivem num constante descontentamento, reclamando de tudo. Isso mostra como estamos amargurados e ressentidos contra Deus.

Muitas vezes optamos por uma atitude mais “espiritual”, uma atitude sofredora e resignada. Mas esta também desonra Deus. Na verdade, não fazemos nada contra a nossa situação porque não podemos - Ele é mais poderoso do que nós. Assim, guardamos a mágoa bem no fundo do nosso coração. Não é muito diferente do crente que diz que “já está calejado”. Ou seja, “Deus tem permitido que me façam tanto mal, que eu já opto por aguentar e pronto”. Mais uma vez, parece que Deus está a agir de forma errada.

E quantas vezes Lhe dizemos que já não aguentamos mais! Quantas vezes Lhe perguntamos “porquê”, como se Ele tivesse que nos dar explicações! Lembras-te de Jó e da resposta de Deus para ele? É verdade! Deus é o Criador, o Senhor de todo o universo. E nós somos apenas as Suas criaturas.

Como filhos, não nos atrevemos a pensar em perdoar a Deus (isso seria heresia) mas, na prática, a nossa atitude é de que Ele está em falta para connosco. Bem no fundo do nosso coração, estamos a acusar Deus do nosso sofrimento. E torna-se ainda mais difícil quando passamos por grandes provações durante muito tempo.

Precisamos de lembrar que pecado não é só aquilo que fazemos conscientemente, mas também atitudes inconscientes. O nosso coração é enganoso e, por isso, precisamos de o examinar constantemente à luz da Palavra ( Sl 139.23-24). Precisamos de ver onde nos sentimos magoados e de perceber que essa mágoa é, em primeiro lugar, contra Deus (que permitiu aquelas circunstâncias).

Quando ouvimos algum comentário de algo que achamos que não somos, não descartemos imediatamente esse assunto. Devemos procurar perceber o que levou essa pessoa a ver isso em nós. Precisamos de nos ir avaliando ao longo de toda a nossa vida, em comparação com o que a Palavra diz. E se pedirmos isso a Deus com sinceridade, Ele vai-nos mostrando o que quer que mudemos, pouco a pouco, uma coisa de cada vez.

Precisamos de nos reconciliar com Deus (II Co 5.20). Quando percebemos que estamos magoados com Deus, a única atitude que podemos ter é prostrarmo-nos perante Ele. Não é perdoar-Lhe, mas reconhecermos que temos esse pecado e pedirmos-Lhe perdão pela nossa dureza. E então, o que é que Ele faz? Incrível! Tal como o pai do filho pródigo, Ele vem a correr ao nosso encontro, de braços abertos.

Deus é um Pai amoroso e justo que não procura o nosso conforto, mas o nosso bem e o nosso crescimento (que normalmente é o oposto de conforto). Isto leva tempo. Podemos começar por tentar desenvolver a capacidade de ver Deus nas nossas circunstâncias, sejam elas quais forem; de ver as nossas circunstâncias à luz do quadro global, da eternidade, e não apenas da nossa realidade pessoal.

Ao longo do tempo, Ele vai-nos ensinando a perceber que circunstâncias difíceis ou mesmo dramáticas, não são algo negativo. Antes, são a oportunidade para treinarmos a confiar em Deus, para O vermos agir nessa situação e para crescermos. Fé, é teres a certeza que Ele te ama (mesmo quando não parece!), de que está no controlo, de que sabe muito bem o que faz e, muito especialmente, de que Ele é bom (Salmo 73).

Deus chama-nos mordomos e não senhores. É Ele quem decide os “ingredientes” que dá a cada um de nós: dons, capacidades, circunstâncias, … Aquilo que surge na tua vida é exactamente aquilo que Deus escolheu colocar no teu caminho, nesse momento. Acreditas nisso? O alvo dEle não é simplesmente que aceitemos essas circunstâncias, mas sim que lidemos com elas à Sua maneira. Eu sei! Por vezes é tão difícil sabermos como devemos agir! Mas a resposta está em Provérbios 2. Nós precisamos de buscar a sabedoria do Senhor. E essa procura tem que ser intensa e ao longo de toda a nossa vida. Os caçadores de tesouros investem tudo o que têm e anos de vida à procura de algo valioso. É assim que Deus quer que busquemos a Sua sabedoria. E então, como qualquer mestre em relação a um aluno aplicado, Deus vai-nos dando “prémios” à medida que vamos desenvolvendo essa sabedoria. Esses prémios não serão o sossego e o conforto - isso seria uma despromoção - mas um “cargo mais elevado” - situações mais difíceis para nós continuarmos a desenvolver o nosso crescimento, passo a passo ( Rm 5.3-5).

Com cada nova situação, ou com cada agravamento da “velha” situação, o primeiro impacto leva-nos naturalmente a ficarmos magoados. Então precisamos de orar “sonda-me…” e de nos analisarmos com cuidado, talvez com a ajuda de um irmão ou irmã. “Será que no fundo do meu coração estarei a sentir que preciso de perdoar a Deus?” Isto é uma barreira real no nosso relacionamento com Ele, e só depois de a reconhecermos, Ele a removerá e nos restaurará.
In Lar Cristão, Ago a Out 2008

Não desperdices o teu sofrimento!

Há algum tempo li um artigo de David Powlison que se intitulava “Não desperdices o teu cancro!” Nós associamos a palavra desperdiçar a algo que é valioso, que é útil, que vale a pena ter e guardar. Mas em relação ao que é terrível? Como é que é possível desperdiçarmos o nosso sofrimento?

Perante a dor, o que Deus te pede não é resignação nem aceitação, mas fé - a certeza de que Ele é Soberano sobre tudo o que acontece (mesmo sobre a tua dor), de que Ele sabe o que é melhor para ti e de que Ele te ama mais do que alguma vez poderás imaginar.
Resignação ou aceitação passiva não é bíblico porque:
- é falta de fé e “sem fé é impossível agradar a Deus”.
De que tamanho é o teu Deus? A Bíblia diz que Deus é o Senhor do
Universo, mas na prática, no nosso viver do dia a dia, o nosso Deus às vezes
pode ser bem pequenino… E a maior consequência disso não é a perda de
bênçãos - é que na verdade perdemos a oportunidade de O conhecermos.
- porque é auto protecção - o mais fácil é não fazer nada.
Durante bastante tempo pensei que ser um pacificador é não fazer nada; ficar
quieto; aceitar. Mas essa forma de pensar não tem qualquer base bíblica.
Deus sempre nos chama a agir, a ter uma atitude activa, a obedecer aos
Seus ensinamentos.
- porque é covardia, falta de coragem para seguir o caminho que Deus mostra.
mas Ele “não nos deu um espírito de temor mas de fortaleza”
- porque é auto compaixão, pretexto para o queixume.

É importante lembrarmos que o nosso sofrimento pertence a Deus, que é um instrumento do Seu propósito em nós e nos outros, e não procurarmos “usufruir” da nossa dor (por exemplo para obtermos a atenção e piedade dos outros, para justificarmos as nossas próprias atitudes erradas, para nos livrarmos de determinados deveres, etc.)

Então, perante o sofrimento, qual é a atitude que Deus quer que tenhamos? Que confiemos na Sua soberania e direcção. Que busquemos um relacionamento mais profundo com Ele e aprendamos a conhecê-lO melhor. Que sejamos fiéis mesmo quando não entendemos. Que desviemos o olhar do nosso eu para Ele, de nós próprios para os outros, porque “fomos confortados, para também confortarmos os outros”. À nossa volta há pessoas que sofrem. Quando lhes levamos o conforto e a esperança de Deus a nossa dor fica mais pequena, passa a ser vista como uma oportunidade de crescimento, de testemunho, de trazer glória a Deus.

Se tu “permitires”, Ele irá tornar a tua dor em lucro. E Ele já fez isso. Ele tornou o maior dos horrores (afinal os Seus seguidores foram abandonados perante a vergonha de uma cruz), no maior dos bens (juntos com Ele, inseparáveis, para sempre).
Deus pode tornar a tua dor em lucro!



Perante um problema tens sempre duas opções: entregares-te à auto piedade e ao ressentimento ou aceitares caminhar com Deus. O autor de Hebreus, em 11.39, diz-nos que os grandes heróis da fé não viram a concretização da fé enquanto ainda estavam vivos. É isso que Deus te desafia a fazer: caminhares no sofrimento pela fá, sem esperares ver o livramento nesta vida. À luz da eternidade, é totalmente irrelevante que o nosso problema actual seja removido ou não.

O objectivo de Deus nem sempre é tirar a nossa dor. Ele diz que a oração de um justo tem poder. Mas o objectivo da oração não deve ser pedir bênçãos e tentar ter uma vida menos difícil. A oração é, acima de tudo, o desenvolver de um relacionamento com Ele. O mais importante não é agradecer e pedir, mas procurar conhecê-lO, procurar discernir os Seus propósitos. Eu sempre fico maravilhada quando penso que Ele, o Grande Eu Sou, quer passar tempo connosco. Ele quer dar-Se a conhecer a nós. E mais… Ele quer mostrar-nos os Seus propósitos e convidar-nos a nos juntarmos a ele no Seu trabalho. Que honra! Então, a pergunta certa nunca será “Porquê?” e muito menos “Porquê eu?”, mas sim “O que é que Tu estás a fazer? Qual é o Teu plano? Onde queres que eu me junte a Ti?”

Uma das promessas que Jesus nos faz, para esta vida, é que teremos aflições. Mas, com as aflições, Ele nos dá a Sua presença, a Sua orientação. No meio do meu sofrimento, muitas vezes eu tenho sentido vontade que aquele problema específico acabe. Mas, olhando para trás, eu não seria capaz de abrir mão de nenhuma das minhas dores. Porque foi nos momentos mais difíceis, quando estava verdadeiramente a passar pelo vale da sombra da morte, que eu mais experimentei a presença e conforto do meu Senhor e mais cresci no conhecimento dEle e na fé. Porque posso olhar para trás e ver que naqueles momentos Ele foi fiel. Ele esteve lá ajudando-me e ensinando-me. Gosto muito especialmente das promessas que ele faz em I Coríntios 10.13: o sofrimento que Ele permite na minha vida nunca será maior do que a minha capacidade para o suportar, e mais… com o sofrimento, Ele dá também o escape, a força, o discernimento, a graça. A única maneira de verdadeiramente conhecermos a graça de Deus é na dor. E essa graça é a única maneira de atravessarmos as nossas mais profundas dores. O nosso sofrimento, na verdade, não é uma tragédia, mas uma oportunidade para melhor conhecermos a Deus e para aprendermos a lidar com esse tipo de situações. E provavelmente Deus irá usar esse nosso conhecimento para nos levar a ajudar outros que estejam a sofrer.
De qualquer forma, e sejam quais forem as circunstâncias, Deus espera sempre que tenhamos a atitude correcta. Porque, na verdade, não obedecer é não crer. É isso mesmo: se eu não obedeço é porque não creio que a Sua vontade seja a melhor opção. Mas a vontade dEle é muito mais do que isso: é a única opção que conduz à vida. Os outros caminhos só nos levam a maior sofrimento e destruição.


A um sofredor o que é que eu posso levar? Simpatia, compreensão, amor? Certamente! Mas muito mais do que isso. É preciso levar-lhe o poder transformador da Palavra. É esse o desafio do Aconselhamento Bíblico: pegar numa pessoa destroçada ou mesmo em alguém que tem um rótulo, e guiá-la ao longo da transformação que Deus quer operar na vida dela. Não é estimular uma atitude passiva e sofredora mas ajudá-la, passo a passo, a seguir a orientação de Deus para esse problema específico. Ajudar a pessoa a procurar o tipo de libertação que Deus quer operar na sua vida. E ensiná-la a atrever-se a brilhar com a Sua luz.

Deus usa o sofrimento para nos moldar e aperfeiçoar, para nos tornar instrumentos úteis para o Reino. É através do sofrimento que eu aprendo a depender dele e não de mim próprio. A minha âncora, o que me mantém firme, não é a expectativa de que os problemas vão embora, mas o Seu amor imutável do qual ninguém me poderá separar.
Precisas de avaliar o teu sofrimento à luz da realidade do Reino, que é algo imenso, do qual tu, se és filho de Deus, fazes parte. Há umas Bodas que estão a ser preparadas. E nós não somos simplesmente convidados - somos a própria Noiva.

Viver livres de sofrimento? Talvez fosse interessante. Mas há algo muito maior para nós: vivermos cada momento para a glória de Deus e desfrutarmos dEle para sempre.
In Lar Cristão, Jul a Set 2007

Será que as pessoas têm falta de auto-estima?

As actuais correntes de pensamento consideram que é fundamental ter uma boa auto-estima para se ser bem-sucedido, seja em que área for. Em relação às crianças, muitas pessoas defendem que o elogio (mesmo quando não apropriado) é indispensável para que elas se sintam motivadas. Parece que sem auto-estima não é possível sermos pessoas realizadas.
Mas, então, como é que eu posso aumentar a minha? Os meios de comunicação são bastante elucidativos. Se eu usar aquele produto e conseguir que a minha cintura fique elegante, o meu cabelo com fantásticos caracóis, a minha pele… se eu sair de um carro espectacular, se tiver o aspecto de uma estrela de cinema ou de um executivo cem por cento seguro de si próprio, se conseguir subir na carreira seja de que forma for…
Mas, ao olharmos para a realidade, é fácil percebermos que o nosso corpo vai mostrando os anos que já tem, que os nossos bens materiais muitas vezes não são assim tão abundantes como parece ser necessário, que a nossa carreira não está a evoluir como gostaríamos, que não estamos a conseguir lidar com muitas situações de forma eficaz ou com resultados positivos. O natural então é começarmos a ficar deprimidos e concluirmos: “Tenho baixa auto-estima”.
Se esta realmente depende da imagem, do status, das circunstâncias, é algo muito frágil e talvez acabemos por pensar que não há qualquer razão para nos sentirmos bem connosco próprios.
Este modelo de pensamento é anti-esperança. Para as pessoas que têm problemas, que não são bonitas, que têm tido uma vida difícil, qual é o prognóstico? Se elas não têm o essencial, estão à partida condenadas ao fracasso. E o que dizer de toda uma geração (como a minha, por exemplo) cujos pais não sabiam nada acerca da importância da auto-estima? O que dizer das pessoas que não foram sistematicamente elogiadas e incentivadas para que se pudessem tornar seres humanos felizes e equilibrados? A que é que elas podem aspirar?
Segundo esta forma de pensar, apenas a levarem uma vida amorfa e medíocre, enquanto admiram e sonham com os modelos divulgados pela comunicação social, aqueles que têm (ou parecem ter) tudo o que é necessário para uma elevada auto-estima.
No entanto, não sei se é assim tão alta a quantidade de pessoas que não gosta de si própria. Quase toda a gente gosta de si o suficiente para se alimentar, para cuidar das suas “feridas”, sejam elas quais forem. Desejar ser diferente ou ter algo diferente é outra coisa; não é desgostar de si. Aliás, assim, o que está a mostrar é que gosta de si, que se interessa por si o suficiente para desejar algo que lhe parece melhor.
Cada pessoa que de alguma forma busca o seu próprio bem mostra que se estima o suficiente para se empenhar nessa busca. O que muitas pessoas têm é um conceito de si próprio muito baixo e em muitos casos incorrecto. Isto acontece quando os valores estão invertidos, quando somos levados a colocar a nossa felicidade, o nosso bem-estar, em conceitos frágeis e ocos. Inevitavelmente, isto vai afectar toda a nossa vida, desde os relacionamentos, que se tornam cada vez mais tensos, difíceis ou então inexistentes (mesmo entre pessoas que vivem na mesma casa), até à nossa própria alegria. Continua a aumentar o número de pessoas que usam anti-depressivos ou que procuram terapias, de todos os géneros, que os possam ajudar a encontrar a paz.
Mas uma paz sólida, que se mantenha, independentemente das circunstâncias, não pode ser baseada em valores circunstanciais. Se a minha paz depender dos elogios que recebo, do meu bom aspecto, da maneira como sou eficiente, então essa paz não tem qualquer utilidade. Porque no dia em que eu tiver problemas graves ela vai desaparecer e eu ficarei pior do que se não estivesse a contar com ela.
Para encontrarmos o sentido da vida, para termos algo que nos ajude mesmo nos momentos mais difíceis, precisamos de ir muito mais fundo do que auto-estima. Precisamos de nos conhecer profundamente e de descobrir qual é o nosso propósito de vida… para que é que fomos criados. E quem nos pode guiar nesse processo é Aquele que está na origem da nossa própria vida.
Uma das abordagens usadas em Counselling é a de orientação bíblica. Tal como as outras abordagens, esta segue um percurso na busca de orientação e sabedoria. Crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada por Ele e capaz de nos ajudar a resolver mesmo problemas característicos da época em que vivemos, como depressão, hiperactividade, stress ou falta de tempo.
É uma forma de terapia que ajuda o cliente a conseguir operar mudanças na sua vida logo a partir da primeira sessão de Counselling. Não é uma religião nem segue a filosofia de nenhuma igreja. É descobrir o que o texto bíblico ensina acerca da forma de lidar com cada tipo de problema e pôr em prática, passo a passo, enquanto somos motivados não pelo nosso visual, mas pelas mudanças que começamos a ver na nossa vida.
In Medicina & Saúde, Março 2007