13 dezembro 2011

Barreiras à Comunicação III


Vamosesta semana entrar no terceiro grupo das barreiras à comunicação definidas porThomas Gordon.

Evitar as preocupações do outro
Esta tendência pode ser extremamente cruel, quandonão permite ao outro expressar-se num momento de dor. Pode usar várias formaspara se manifestar:

10.Desviar o assunto
Éprocurar sair de um assunto desconfortável ou que não lhe interessa. Por ex."Vamos falar de qualquer coisa mais alegre." Perante preocupaçõesreais e legítimas, como doença grave, morte de alguém querido, falta detrabalho, etc. bloqueia a pessoa e torna-lhe mais difícil encontrar um caminhode saída da sua dor. Em situações em que na realidade não há um grandesofrimento mas apenas uma manifestação do "coitado de mim" (que osportugueses tanto gostam) também não tem um resultado muito positivo, uma vezque não ajuda a pessoa a mudar o foco, a entrar num padrão de pensamento e dediscurso mais saudável. O que acontece é que normalmente essa pessoa vaiprocurar outra "vítima" para os seus queixumes.

11. Argumentar pela lógica, pelosfactos, sem ter em conta os factores emocionais.
Seseguirmos apenas pela lógica, parece que podemos resolver alguns problemas maisdepressa. Por exemplo, se uma pessoa já morreu, já não há nada a fazer,"temos é que seguir em frente". Mas nós, humanos, somos seresemocionais, quer queiramos quer não. E se não temos em conta as emoções e nãolhes permitimos sarar, ser dirigidas de forma construtiva, etc. elas vãosimplesmente ficar bloqueadas, escondidas, acabando por se manifestar mais tardede formas pouco agradáveis, como ataques de pânico, burnout, etc.

12. Tranquilizar
Estaé a atitude que algumas pessoas tanto gostam de que "Deixa lá, vai corrertudo bem." Será que vai? Muitas vezes é óbvio que não vai correr nada bem!
Estaatitude só quer que o outro pare de ter aquelas emoções negativas. No entanto,não ajuda a lidar com essas emoções e muito menos a procurar uma solução para oproblema.


Comunicaré algo que tem pelo menos dois participantes e cada um deles é importante nacomunicação e no relacionamento. Mesmo dirigir uma conversa, em situações deliderança, por exemplo, não significa (de todo!) anular os outros ou impedi-losde manifestarem livremente as suas opiniões.

Convido-tea procurares analisar a tua forma de comunicação, entender quais as tuas tendências,a pensares como a podes melhorar.
Sequiseres, envia-me o teu feedback.



01 dezembro 2011

Barreiras à Comunicação II


Estasemana vamos focar o segundo grupo das barreiras à comunicação, definidas porThomas Gordon.

Ditar soluções
Estehábito pode levantar barreiras e impedir o crescimento do outro. Podemanifestar-se de várias formas:

5. Dar ordens
É"dar soluções" de forma coerciva e pela força. Creio que mesmo emsituações de liderança, a forma mais eficaz de obter algo não será "daruma ordem" mas pedir que isso seja feito ou dar instruções nesse sentido.A forma como o fazemos é muito importante e pode mudar completamente oresultado.

6. Ameaçar   
Aquia pessoa dá as soluções com ênfase no castigo, ou seja, é dito o que vaiacontecer caso o outro não faça o que lhe estamos a dizer. Normalmente isto sóresulta se o outro tiver mesmo medo de nós ou das consequências.
Podesaprender a obter o que desejas de formas muito mais eficazes e lícitas.

7. Moralizar (pregar ao outro)
Édizer o que o outro deve, tem obrigação ou é correcto fazer, muitas vezes deforma paternalista. Esta atitude provoca ansiedade e ressentimento; prejudica aabertura e honestidade e convida à pretensão e fingimento. Quando é usada comadolescentes ou jovens, por exemplo, muitas vezes leva a que eles continuam afazer o mesmo (e que não deveriam) mas sem os pais saberem.

8. Fazer interrogatório: perguntasexcessivas ou inapropriadas
Normalmenteisto é feito usando perguntas fechadas. Por ex. "A que horaschegaste?", "Com quem estiveste?", "Quando é que issoaconteceu?", etc.
Estetipo de perguntas "bombardeadas" podem ser bloqueadoras do diálogo eretardar ou mesmo impedir a comunicação aberta.

9. Dar conselhos
Édizer o que o outro deve fazer. Por ex. "Se eu fosse a ti, ...". Estaforma de comunicação é basicamente um insulto à inteligência do outro e umatestado de incapacidade.


Quandousamos estas formas de comunicação, estamos a dizer à outra pessoa que sabemoscuidar da sua vida melhor do que ela própria. Por vezes, até podemos ter algunsconhecimentos a mais do que a outra pessoa. No entanto, esta atitude é umabarreira à comunicação. Não ajuda o outro a crescer, a desenvolver as suascapacidades. Pelo contrário, impede esse crescimento.

Nosmateriais e informações acerca de Counselling, há sempre uma grande ênfase emque esta abordagem não é "dar conselhos" (tornar os outrosdependentes de nós e da nossa sabedoria "elevada") mas sim ajudar apessoa a encontrar e desenvolver estratégias para, ela própria, lidar com assuas situações ou problemas de forma mais eficaz. Não é dizer ao outro o quefazer, mas treiná-lo e capacitá-lo a um maior auto-conhecimento,auto-desenvolvimento e independência.

www.lisboacounselling.com