A empresa recebeu uma grande encomenda de outra
importante empresa cliente. Esse trabalho foi entregue à mesma equipa que no
ano anterior já tinham trabalhado para eles num projecto semelhante. O prazo de
entrega do trabalho não dava muito espaço para erros ou acidentes.
Neste projecto, cada um dos membros da equipa tinha
um papel específico. Um deles, que no projecto anterior tinha sido causador de
atritos que tinham prejudicado seriamente a entrega do trabalho, voltou a
provocar uma situação que fez com que tivessem que perder mais de duas semanas
para a resolver - num projecto com custos astronómicos ao
dia.
Basta
haver duas pessoas juntas, para que a probabilidade de conflitos seja grande. E
numa empresa, em que trabalham muitas pessoas juntas, normalmente ao longo de
anos, a probabilidade de conflito é ainda maior.
O
conflito é natural; é algo que faz parte do ser humano e não tem que ser
necessariamente negativo. No entanto, não deveria nunca ser ignorado ou
abafado. Não é possível enfiar no armário uma situação de conflito. Se ela
existe, vai voltar a manifestar-se, com consequências cada vez mais graves.
Uma
das formas mais comuns de reacção ao conflito é escapar - a pessoa procura escapar ao conflito em
vez de o resolver. Pode fingir que o conflito não existe, tenta encobrir,
começa a evitar a outra pessoa, etc. Normalmente essa atitude prolonga e
cristaliza o conflito, resultando em ressentimento. Estas situações podem
manter-se ao longo de anos e a pessoa ofendida viver mental e emocionalmente
escravizada por essa situação.
Outra
forma de reacção é atacar, usada para
pressionar os outros de forma a conseguir o que quer. Pode ser deitar abaixo,
dizer mal do outro, ou assumir formas mais directas como intimidação,
chantagem, etc.
A
situação de conflito não resolvido ou de ressentimento pode ser causa de muitas
doenças psicossomáticas e é uma das maiores fontes de stress. Há várias formas
de lidar com estes problemas emocionais. As mais usadas são ignorar o problema
ou recorrer a medicação. Outra opção é aprender a lidar com as situações de uma
forma mais eficaz. O curso
"Reduzir o Stress", em e-learning, foi planeado para que as pessoas possam, na sua privacidade,
aprender e implementar formas mais eficazes de lidar com as suas próprias
fontes de stress - conflitos e outras. Pode ver mais
informações em www.insideout-change.blogspot.com
Numa
empresa, um conflito não resolvido, acaba por afectar também as outras pessoas
que estão à volta e provocar mau ambiente e mesmo prejuízo. Um líder de uma
equipa não deve, de forma alguma, permitir que permaneça um ambiente de
conflito entre os seus colaboradores.
O que fazer?
Falar
abertamente
A
resolução de um conflito passa sempre por um maior auto-conhecimento, por parte
das várias pessoas envolvidas. É fácil assumirmos a atitude de que a culpa é
toda do outro. Por isso, é preciso analisar a situação de forma objectiva. A
comunicação precisa de ser clara e não ameaçadora para nenhuma das partes. Deve
ter-se o cuidado de distinguir os factos das emoções, e da interpretações
desses factos.
Procurar
a reconciliação
O
alvo é sempre a reconciliação. Isto não significa que essas pessoas tenham que
passar a gostar uma da outra ou passem a trabalhar sempre juntas. Há
temperamentos que naturalmente têm mais dificuldade em funcionar juntos e faz
parte do trabalho do líder perceber de que forma as várias pessoas da sua
equipa podem funcionar melhor em conjunto.
Analisar
e planear a mudança
Para
se poder resolver o conflito, é preciso falar do que aconteceu, das
consequências e decidir como se vai lidar com essa situação, o que se vai fazer
de diferente a partir daí.
Encerrar
o assunto...
O
conflito deve ficar resolvido. Ou seja, deve ser falado, planeado e mudado o
que for necessário e depois o assunto fica aí. Não deve servir, de forma
alguma, para continuar a "atirar à cara" daquele(s) que agiu errado.
Um assunto que foi resolvido e encerrado não deve continuar a ser mexido, como
forma de chantagem, pressão ou embaraço do outro.
...
mas implementar mudança
Por
outro lado, não se pode deixar de lado a questão da mudança. As pessoas
envolvidas no conflito, precisam de passar a agir e a lidar com as situações de
forma diferente. Ou seja, o não voltar a usar o que alguém fez de errado contra
ele, não significa que se permita que esse tipo de atitudes continue.
Um
aspecto muito importante, em relação a conflitos ou outro tipo de dificuldades,
é a prevenção. Quanto mais capacitadas as pessoas estiverem em termos de
relações interpessoais, trabalho em equipa, comunicação eficaz, entre outros,
menor a probabilidade de que surjam conflitos não resolvidos. O líder deve
empenhar-se em estimular e ajudar a sua equipa a desenvolver as capacidades
necessárias para funcionarem bem em conjunto, e proporcionar os meios
necessários para isso.
Quando
a equipa funciona bem, o trabalho pode tornar-se um prazer (não um vício!), em
vez de ser como remar em águas turbulentas, ou mesmo contra a maré!
in www.meiobyte.com, Nov 2010