16 setembro 2011

Counselling


O que é Counselling? Como funciona? Em que situações pode ser usado?

As pessoas têm tendência para pensar que o seu problema é demasiado grave, que é mesmo assim, que já nunca irá mudar. No entanto, muitas vezes o mais grave que há é um bloqueio, de visão ou de reacção, que faz com que o problema na realidade cristalize e até aumente.

Counselling não trabalha com medicação. Nós não receitamos nem retiramos medicação. É frequente recebermos pacientes que já estão medicados, por exemplo com antidepressivos. Neste caso nós trabalhamos independentemente da medicação e, quando o paciente sente que já não precisa dela, é com o seu médico que ele vai tratar disso.

Então como resolvemos os problemas?
Counselling começa por fazer um trabalho de fortalecimento, capacitação e motivação do cliente. Começamos por trabalhar para alcançar pequenos alvos na resolução do problema. Essas vitórias vão, por um lado, melhorar e aliviar a situação do cliente e, por outro, funcionar como uma poderosa ferramenta de motivação — ele(a) já conseguiu mudar aspectos que considerava impossíveis de alterar, portanto também poderá resolver o resto do problema. Começando por trabalhar a resolução de aspectos práticos e dolorosos, vamos eliminar do caminho muitas coisas que lhe pareciam montanhas inultrapassáveis. É comum, depois de estarmos a trabalhar há algumas semanas, o cliente referir como "irrelevantes" coisas que, no início, lhe pareciam gravíssimas. Na prática, à medida que vamos ultrapassando barreiras, o próprio problema vai ficando mais pequeno e mais fácil de ser vencido.

Fazendo este tipo de abordagem, estamos não só a trabalhar a motivação, mas também a aumentar a resistência emocional do cliente, a capacidade de visão e a habilidade para se tornar um "resolvedor" de problemas. Quando vamos resolver os aspectos mais profundos do problema, o cliente já tem alguma experiência em trabalhar e ter um papel activo para mudar a sua situação.

Tal como em Coaching, Counselling é um treino para mudança; é uma definição de alvos e planeamento e implementação de estratégias para os alcançar. Counselling tem ainda a especificidade do aspecto "clínico", ou seja, de agir onde já há uma situação problemática ou mesmo grave.  Actua a nível emocional em situações como depressão, stress, ataques de pânico, etc., a nível comportamental (vícios, birras, educação parental) e a nível de relacionamentos (resolução de conflitos, comunicação, etc).

Em relação ao teu sofrimento, tens duas opções: olhar para o tamanho do teu problema (e alguns são mesmo gigantescos) e concluíres que nunca serás capaz de sair desse sufoco... ou começares a trabalhar, passo a passo, para o reduzires até ser eliminado.
A mudança da tua vida não está nas mãos do acaso ou de qualquer "golpe de sorte" mas nas tuas mãos. Começa hoje a mudar a tua vida!

www.lisboacounselling.com

03 setembro 2011

Resposta Branda


Quando estamos perante um conflito, há mudanças no nosso corpo. O ritmo cardíaco aumenta, podemos sentir as mãos a tremer ou a transpirar... o nosso nível de adrenalina disparou. Ficamos a transbordar de emoções que, naturalmente, queremos deixar sair. E isto é ainda mais forte quando estamos convencidos que temos razão e o outro está errado.

Mas quando nós respondemos irritados, o outro fica ainda mais irritado. A nossa raiva é um combustível que vai atiçar fortemente o "fogo" do outro. Invariavelmente, no fim desse tipo de troca de palavras (e por vezes mais do que isso), mesmo a pessoa que no início tinha mais razão, acaba por ficar a sentir-se mal por causa do que disse ou fez. E será que alcançou o objectivo que queria? Quase de certeza que não! Aliás, normalmente nem há um objectivo claro e definido. Quando a pessoa entra numa guerra, muitas vezes o único objectivo é "que ele reconheça que eu tenho razão!"

Perante um conflito, é fundamental definirmos o nosso objectivo. De que forma a situação pode ser resolvida? O que é preciso fazer, ou deixar de ser feito? Como alcançar isso? O que é que eu posso começar a mudar?
Depois precisamos de perceber como devemos agir para alcançarmos esse objectivo.

Quando respondemos com calma, a tendência do outro é também reduzir a raiva. Isto acontece principalmente com pessoas que estão apenas a sentir-se feridas por alguma razão e que reagem à defesa com todos. Muitas das pessoas que nos falam com mau humor, estão na realidade a tentar proteger-se de maior sofrimento. Se nós falamos no mesmo tom, confirmamos que elas têm razão - afinal precisam de se proteger de nós! Mas se falamos com educação ou mesmo com simpatia, a pessoa deixa de se sentir ameaçada, e baixa as defesas. Muitas vezes tenho descoberto que, por trás de uma máscara dura, está uma pessoa sensível, educada... e muito carente.

Podes estar a pensar que "aquela pessoa que tu conheces" não é nada disso. Talvez até já tenhas tentado e lutado muito tempo por uma restauração no relacionamento, sem qualquer resultado. Isso pode ser por falta de eficácia na forma como estás a lidar com a tua situação. Uma boa intenção, e mesmo uma motivação muito fortes, não são suficientes para terminar um conflito. Resolver um conflito muitas vezes requer um sério trabalho de planeamento.

Mas mesmo com toda a eficácia, a outra pessoa pode não aceitar uma restauração ou mudança. Quando a outra pessoa está "numa má", a atitude mais correcta pode ser mesmo impedir o que ela está a fazer. Aí é ainda mais importante a calma no tom de voz. Tu não consegues impedir alguém de fazer algo errado, pela força (a não ser que sejas maior do que ele!!!). Tens que trabalhar primeiro dentro de ti e, quando o fores abordar, tem que ser com absoluta determinação e sem emoção.