Será
lícito lutarmos pelo nosso bem-estar, pelos nossos direitos, pelas nossas
famílias? Sem dúvida que sim! À primeira vista, lutar parece sinónimo de
agredir. Mas... será?
Estamos
a viver uma época de violência crescente. Esta é muitas vezes vista como uma
reacção natural às pressões a que estamos submetidos. Concordo que o nosso
primeiro impulso interior perante uma agressão, será também agredir. Mas não
podemos esquecer que o ser humano tem opção. Nós não temos que viver ao sabor
das nossas emoções, como se fossemos escravos delas. Podemos escolher como
queremos reagir. É fácil? Não! Mas é possível.
Muitos
especialistas defendem que a única forma de a violência "sair" de
dentro de nós, é nós permitirmo-nos exprimi-la com toda a intensidade que
sentimos. Recentemente encontrei uma pessoa que está a usar como um dos métodos
de combate à sua depressão, o agredir violentamente uma almofada, enquanto
grita insultos à dita almofada.
Será
que a violência existe dentro de nós como se fosse um saco cheio, por exemplo
e, se conseguirmos esvaziá-lo, ficamos livres dela? Na realidade não é assim
que funciona. Não é possível "esvaziarmos" o nosso depósito de
violência até ao fim. O que acontece é que quanto mais agredimos, mais
violência é gerada dentro de nós, num ciclo vicioso interminável e crescente.
É
realmente mau e prejudicial reprimir os nossos sentimentos negativos, porque
eles não deixam de existir; apenas ficam camuflados.
No
entanto, o que acontece é que as manifestações de violência contra algum tipo
de injustiça, normalmente não atacam aquele(s) que está a provocar essa
injustiça, mas pessoas inocentes que não têm qualquer responsabilidade nisso.
Uma das caratcerísticas dessas manifestações de violência a que algumas pessoas
chamam "luta", é que sempre são dirigidas para alguém mais fraco ou
sem possibilidade de se defender. Por exemplo, os "corajosos" que têm
estado em Londres e outras cidades a "lutar" contra as injustiças,
andam encapuçados e limitam-se a roubar e destruir. Isto é luta? Ou será
simples agressão?
Todos
nós estamos debaixo de pressão. Todos temos problemas. O ser humano tem estado
debaixo de pressão e injustiças desde o início da sua existência. No entanto,
nem toda a gente reage agredindo ou destruindo.
Será
que a violência a que temos assistido é provocada pelas circunstâncias? Não o
creio! As circunstâncias não colocam nada de novo dentro de nós; limitam-se a
apertar. E é nos momentos em que somos fortemente "apertados" que se
pode ver o que na realidade temos (já tínhamos) no nosso interior.
Mas
nem todas as pessoas reagem assim. É por isso que existe o bullying — na
escolas, no local de trabalho, em casa (violência doméstica). Algumas pessoas
não conseguem agredir em troca e acabam mesmo por nem conseguir defender-se.
Esses são os alvos daqueles que optam por agredir.
Será
que isto tem consequências?
Para
as pessoas que são agredidas, as consequêncas são muito graves e podem deixar
cicatrizes profundas. Mas para os que optam pela agressão, também há consequências.
À medida que continuam nesse caminho, vão tendo cada vez menos liberdade de
opção. Vão tendo cada vez menos capacidade de mudar e começar a ter atitudes
diferentes.
É
possível agir de forma diferente?
O
elemento básico para a pessoa mudar, é querer essa mudança e estar disposta a
trabalhar para isso. Uma pessoa que agride por hábito, que consegue o que quer
através de gritaria, manipulação ou outro meio igualmente ilícito, pode pensar
que é muito valente e habilidosa. Mas eu diria precisamente o contrário.
Normalmente são pessoas que usam a agressão para camuflar as suas fragilidades
e medos.
O
que fazer?
Quem
agride tem a capacidade de aprender a agir de forma diferente. Se você tem
problemas com a raiva ou impaciência, por exemplo; se costuma sentir-se
furioso(a) quando é contrariado, pode aprender a lidar com essas emoções de
forma diferente.
Parte
do trabalho que fazemos em Counselling é ensinar e desenvolver estratégias para
prever as situações que provocam ira e para conseguir lidar com elas de forma
mais correcta; é aprender a definir o que quer e a usar a criatividade para
desenvolver formas mais eficazes de o conseguir, sem agressão. Não usar métodos
violentos não significa desistir ou não lutar. Significa aprender a ser mais
eficaz.
Se
tem tendência para reagir de forma mais "quente", pode tornar-se
capaz e livre para agir de forma correcta.
Se
costuma deixar-se maltratar (física ou emocionalmente), pode aprender a evitar
ou impedir isso.
É
possível desenvolver as suas relações interpessoais de forma mais correcta e
saudável.
Comece
hoje a mudar a sua vida.
Se
desejar saber como poderíamos lidar e ultrapassar as suas dificuldades
específicas, não hesite em me contactar. Estou disponível para quaisquer
questões ou esclarecimentos.
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