Quando
estamos perante um conflito, há mudanças no nosso corpo. O ritmo cardíaco
aumenta, podemos sentir as mãos a tremer ou a transpirar... o nosso nível de
adrenalina disparou. Ficamos a transbordar de emoções que, naturalmente,
queremos deixar sair. E isto é ainda mais forte quando estamos convencidos que
temos razão e o outro está errado.
Mas
quando nós respondemos irritados, o outro fica ainda mais irritado. A nossa
raiva é um combustível que vai atiçar fortemente o "fogo" do outro.
Invariavelmente, no fim desse tipo de troca de palavras (e por vezes mais do
que isso), mesmo a pessoa que no início tinha mais razão, acaba por ficar a
sentir-se mal por causa do que disse ou fez. E será que alcançou o objectivo
que queria? Quase de certeza que não! Aliás, normalmente nem há um objectivo
claro e definido. Quando a pessoa entra numa guerra, muitas vezes o único
objectivo é "que ele reconheça que eu tenho razão!"
Perante
um conflito, é fundamental definirmos o nosso objectivo. De que forma a
situação pode ser resolvida? O que é preciso fazer, ou deixar de ser feito?
Como alcançar isso? O que é que eu posso
começar a mudar?
Depois
precisamos de perceber como devemos agir para alcançarmos esse objectivo.
Quando
respondemos com calma, a tendência do outro é também reduzir a raiva. Isto
acontece principalmente com pessoas que estão apenas a sentir-se feridas por
alguma razão e que reagem à defesa com todos. Muitas das pessoas que nos falam
com mau humor, estão na realidade a tentar proteger-se de maior sofrimento. Se
nós falamos no mesmo tom, confirmamos que elas têm razão - afinal precisam de
se proteger de nós! Mas se falamos com educação ou mesmo com simpatia, a pessoa
deixa de se sentir ameaçada, e baixa as defesas. Muitas vezes tenho descoberto
que, por trás de uma máscara dura, está uma pessoa sensível, educada... e muito
carente.
Podes
estar a pensar que "aquela pessoa que tu conheces" não é nada disso.
Talvez até já tenhas tentado e lutado muito tempo por uma restauração no relacionamento,
sem qualquer resultado. Isso pode ser por falta de eficácia na forma como estás
a lidar com a tua situação. Uma boa intenção, e mesmo uma motivação muito
fortes, não são suficientes para terminar um conflito. Resolver um conflito
muitas vezes requer um sério trabalho de planeamento.
Mas
mesmo com toda a eficácia, a outra pessoa pode não aceitar uma restauração ou
mudança. Quando a outra pessoa está "numa má", a atitude mais
correcta pode ser mesmo impedir o que ela está a fazer. Aí é ainda mais
importante a calma no tom de voz. Tu não consegues impedir alguém de fazer algo
errado, pela força (a não ser que sejas maior do que ele!!!). Tens que
trabalhar primeiro dentro de ti e, quando o fores abordar, tem que ser com
absoluta determinação e sem emoção.
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