PAPEL
E CARACTERÍSTICAS DA PSIQUIATRIA E PSICANÁLISE
Há
várias abordagens possíveis? Quais as características de cada uma?
Como
fazer uma escolha informada?
Todos
nós já ouvimos o feedback de pessoas que procuraram ajuda para tratar problemas
emocionais ou comportamentais e não obtiveram resultados satisfatórios ou, em
alguns casos, até ficaram pior do que estavam. Isto alimenta a convicção de
muitas pessoas de que tais problemas não têm cura. Aliás, as dificuldades
emocionais continuam a ser vistas com algum preconceito, como algo que deve ser
escondido.
Uma
das opções mais comuns, perante distúrbios emocionais, é a psiquiatria. O uso
da medicação está tão generalizado que, na maioria das situações, essa é a
primeira opção. E muitas pessoas que entram nesse processo, continuam a usar
medicação psiquiátrica para o resto das suas vidas.
Uma
vez que os distúrbios emocionais não são uma "doença" orgânica
(embora possam provocar muitas) , dificilmente serão "curados"
através de medicação. O efeito desta é essencialmente a nível do alívio dos
sintomas. No entanto, se o problema não for tratado na sua raiz, provavelmente
não será resolvido. A medicação anestesia os sintomas e pode alterar aspectos
como o humor e as emoções, mas dificilmente resolve as causas desses problemas.
Esta
abordagem não requer qualquer colaboração por parte do paciente, que tem um
papel bastante passivo.
Outra
abordagem, que esteve muito na moda na segunda metade do século passado, é a
psicanálise. Nesta terapia, que teve o seu início com Freud, há uma grande
ênfase na infância como raiz de todos os problemas presentes. Segundo os
psicanalistas, as disfunções ou distúrbios das pessoas devem-se a anseios ou
necessidades básicas que não foram satisfeitas quando elas eram crianças. O
processo de tratamento passa por recuar até essas fases em que surgiram os
bloqueios e é normalmente muito demorado, podendo prolongar-se ao longo de
anos.
Na
3ª parte deste artigo irei falar das abordagens da psicoterapia mais comuns em
Portugal. Continua atento!