Nos anos pós
25 de Abril a maioria das pessoas dizia abertamente aquilo que pensava e era
fácil ouvir discussões acaloradas, em que se defendia com unhas e dentes, os
respectivos pontos de vista.
Hoje, eu
diria que a maioria das pessoas não diz o que pensa, não põe "no
papel" o seu ponto de vista. As pessoas gostam de falar muito, de dizer
muitas coisas, de ir na onda do "ruído" comum. Mas quando se pergunta
qual é a SUA opinião pessoal, a maioria cala-se. É claro que ficam com vontade
de olhar, de escutar, com curiosidade de saber o que os outros estão (se
atrevem) a dizer.
Com o hábito
de sistematicamente não se dizer o que se pensa, tenho verificado que, para
muitas pessoas, já é até difícil elas próprias saberem o que pensam; saber qual
é a sua opinião pessoal, para além da do "grupo" a que pertencem;
distinguir entre aquilo que devem pensar, ou que é suposto pensar, e o que
realmente acreditam.
E porque é
que isto acontece? Será pressão de grupo? Mas, afinal, não vivemos numa sociedade
livre, em que cada um pode dizer abertamente aquilo em que acredita?
Na teoria,
sim, é isso que parece acontecer. Mas na prática, a situação é muito diferente.
Ninguém nos proíbe de dizer a nossa opinião. Mas falar abertamente tem um
preço, que algumas pessoas acham demasiado alto.
Quando a tua
opinião é diferente da do "grupo" a que queres pertencer, esse grupo
pode não gostar, pode reagir mal ou simplesmente deixar-te de lado. E isso pode
parecer um preço demasiado alto.
Mas não
sermos nós próprios, também tem um preço. As pessoas que optam por viver mais
ou menos ao sabor da corrente, não permitem que os outros as conheçam, mas na
realidade também não se conhecem a si próprias. Acabam, por um lado, por viver
com muito menos intensidade e, por outro, correm o risco de não
"reparar" em problemas que se vão desenvolvendo e que, mais tarde,
acabam por trazer muito sofrimento.
Há muitas
pessoas que não se resignam a seguir a maré; que desenvolvem a coragem de ser
quem são. A princípio pode até parecer difícil. Mas com o tempo, a situação
pode começar a inverter-se. Se a pessoa tem convicções fortes, sejam elas quais
forem, e vive de uma forma coerente com essas convicções, tendo o cuidado de
respeitar quem pensa de forma diferente, acaba por ganhar o respeito dos
outros, mesmo dos seus pares. E muitas vezes são estas as pessoas a quem os
outros recorrem para pedir opinião ou conselho quando precisam.
O
desenvolvimento pessoal é como uma caminhada. Nós precisamos de fazer um
percurso por vezes pouco apetecível, para conseguirmos alcançar o ponto que
desejamos.
Que papel
pode o LisboaCounselling ter em todo este processo? Com o nosso apoio, podes
não só desenvolver o teu auto-conhecimento e auto-confiança, mas também a
habilidade para seres tu próprio sem perder o respeito e amizade dos outros.