Muitos casais, quando olham para aquilo que
têm, só podem concluir que é zero. O relacionamento, a intimidade, a
comunicação ficaram algures pelo caminho. E muitas vezes eles já nem sabem
onde, nem sabem desde quando vivem como dois estranhos.
O que fazer?
Quando o percurso de afastamento foi muito
longo, o caminho de volta precisa de algum trabalho. É preciso começar a
investir no relacionamento mas com sensibilidade, sem pressionar ou tentar
obrigar o outro.
Algo que está sempre presente num conflito é o
medo, em ambas as partes (medo de ser mais ferido, de se expor, de ficar
demasiado vulnerável, dos riscos que isso representa). Numa situação de
conflito, muito do que as pessoas fazem ou deixam de fazer é em auto-defesa; é
para se protegerem. E esta auto-protecção muitas vezes assume a forma de
ataques ao outro, mais ou menos velados, por vezes de forma bastante dura.
Atiram-se coisas à cara do outro; dizem-se coisas que ferem profundamente e
destroem; cobra-se tudo o que se fez ou deixou de fazer; ataca-se, por vezes de
maneiras muito baixas, a feminilidade ou a masculinidade do outro. Muitas vezes
estas são atitudes desesperadas para restaurar um relacionamento moribundo. Mas
não é "batendo" que vamos reanimar algo que está quase morto.
Se queres restaurar o teu relacionamento
precisas de mostrar que estás disposto(a) a lutar por isso mas de forma
"lícita". É fundamental haver um compromisso de trabalhar nesse
sentido, mas sem jogadas baixas. Enquanto o outro não se sentir seguro na tua
presença não vai confiar em ti, não vai baixar as suas defesas. E enquanto não
o começar a fazer, não vai ser possível ter um relacionamento.
O caminho de volta precisa de ser feito
devagar, de forma tentativa. Começa por pequenas coisas, pequenos gestos que
sabes que são importantes para o outro. Usa a tua criatividade e sabedoria mas
sem ser intrusivo nem ferir.
Para restaurar um relacionamento são precisas
duas pessoas. Mas para começar esse processo bastas tu. Está nas tuas mãos começares
a tentar construir algo, até conseguires cativar o outro para a reconciliação e
restauração. Mas precisas de entrar nesse percurso com a consciência de que o
outro é livre — para aceitar a reconciliação ou para a recusar. Parece um
investimento arriscado! Mas a outra opção é permaneceres como estás, num
relacionamento morto e desgastante. O objectivo não deve ser aguentares, mas
trabalhares para a restauração.
Estás disposto(a) a investir no teu casamento?
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