29 outubro 2012

Auto-Imagem Negativa


Não Gosto de Mim!

Há alguns dias uma cliente minha estava a dizer-me: "No meu trabalho tratam-me como se eu fosse lixo!"

Muitas pessoas são criticadas e acusadas quase constantemente. No trabalho são consideradas desactualizadas ou mesmo incompetentes. Na família enfrentam enormes dificuldades, nos relacionamentos com o cônjugue, com os filhos ou mesmo com os pais. Elas são culpadas de tudo o que acontece ou deixa de acontecer, mesmo que não tenham nada a ver com o assunto. Muitas vivem numa profunda solidão, estando rodeadas pela família e colegas. E nem se apercebem que estão simplesmente a sobreviver, num sistema de "quando...então..." — quando o meu filho deixar de ser tão rebelde, então o ambiente lá em casa vai melhorar; quando eu conseguir um trabalho mais interessante, então começo a arranjar-me melhor; ... E enquanto esperam que as coisas melhorem, nem reparam que estão a passar anos, por vezes décadas.


O que fazer?
Como podes sair dessa teia que te envolve completamente, te tira a esperança e te paralisa?

Um aspecto importante é a tomada de consciência, o desenvolvimento da visão e da capacidade de análise. Quando observamos situações concretas, normalmente verificamos que foi feita uma análise grotesca e completamente distorcida. Por exemplo, quando é dito "Fazes tudo errado!" e vamos observar concretamente o que aconteceu, muitas vezes encontramos alguma coisa errada no meio de um dia inteiro de trabalho bem feito. Ou quando o marido diz "Estás sempre contra mim!" e verificamos que ela até o tenta apoiar em muitas coisas. Estas noções distorcidas ou mesmo mentirosas, acabam por se tornar para ti como verdades absolutas, fazendo com que a tua auto-imagem e auto-confiança fiquem destroçadas e influenciando fortemente as tuas emoções e atitudes. Ou seja, muitas das coisas em que acreditas acerca de ti mesmo, são mentiras que foram sistematicamente gravadas na tua mente, ao longo de anos, e as quais passaste a aceitar como sendo verdades. Essas mentiras fazem com que  tenhas uma imagem distorcida de ti próprio, levando-te a agir de acordo com essa imagem ou com a revolta que ela provoca.
Precisas de identificar essas mentiras camufladas e de as confrontar e abandonar. Precisas de perceber quais as verdades que foram abafadas e de as repor na tua mente. Só assim poderás encontrar o teu verdadeiro eu e a tua paz interior.

Com a ajuda de Counselling, podes aprender a identificar os sabotadores específicos que se desenvolvem na tua mente para te tirar a alegria, te impedir de desenvolver e crescer. Podes aprender estratégias para te libertares deles e desenvolveres padrões de pensamento e atitudes que te ajudem a identificar e usar o teu potencial pessoal para alcançares os teus objectivos, em vez de os boicotar constantemente. E podes aprender a apreciar o novo "eu" que estás a descobrir dentro de ti.



21 outubro 2012

Conflitos no Casamento


Muitos casais, quando olham para aquilo que têm, só podem concluir que é zero. O relacionamento, a intimidade, a comunicação ficaram algures pelo caminho. E muitas vezes eles já nem sabem onde, nem sabem desde quando vivem como dois estranhos.



O que fazer?
Quando o percurso de afastamento foi muito longo, o caminho de volta precisa de algum trabalho. É preciso começar a investir no relacionamento mas com sensibilidade, sem pressionar ou tentar obrigar o outro.

Algo que está sempre presente num conflito é o medo, em ambas as partes (medo de ser mais ferido, de se expor, de ficar demasiado vulnerável, dos riscos que isso representa). Numa situação de conflito, muito do que as pessoas fazem ou deixam de fazer é em auto-defesa; é para se protegerem. E esta auto-protecção muitas vezes assume a forma de ataques ao outro, mais ou menos velados, por vezes de forma bastante dura. Atiram-se coisas à cara do outro; dizem-se coisas que ferem profundamente e destroem; cobra-se tudo o que se fez ou deixou de fazer; ataca-se, por vezes de maneiras muito baixas, a feminilidade ou a masculinidade do outro. Muitas vezes estas são atitudes desesperadas para restaurar um relacionamento moribundo. Mas não é "batendo" que vamos reanimar algo que está quase morto.

Se queres restaurar o teu relacionamento precisas de mostrar que estás disposto(a) a lutar por isso mas de forma "lícita". É fundamental haver um compromisso de trabalhar nesse sentido, mas sem jogadas baixas. Enquanto o outro não se sentir seguro na tua presença não vai confiar em ti, não vai baixar as suas defesas. E enquanto não o começar a fazer, não vai ser possível ter um relacionamento.


O caminho de volta precisa de ser feito devagar, de forma tentativa. Começa por pequenas coisas, pequenos gestos que sabes que são importantes para o outro. Usa a tua criatividade e sabedoria mas sem ser intrusivo nem ferir.

Para restaurar um relacionamento são precisas duas pessoas. Mas para começar esse processo bastas tu. Está nas tuas mãos começares a tentar construir algo, até conseguires cativar o outro para a reconciliação e restauração. Mas precisas de entrar nesse percurso com a consciência de que o outro é livre — para aceitar a reconciliação ou para a recusar. Parece um investimento arriscado! Mas a outra opção é permaneceres como estás, num relacionamento morto e desgastante. O objectivo não deve ser aguentares, mas trabalhares para a restauração.


É possível teres a intimidade que perdeste... ou que nunca chegaste a ter!
Estás disposto(a) a investir no teu casamento?




24 setembro 2012

Pressão de Grupo


Nos anos pós 25 de Abril a maioria das pessoas dizia abertamente aquilo que pensava e era fácil ouvir discussões acaloradas, em que se defendia com unhas e dentes, os respectivos pontos de vista.

Hoje, eu diria que a maioria das pessoas não diz o que pensa, não põe "no papel" o seu ponto de vista. As pessoas gostam de falar muito, de dizer muitas coisas, de ir na onda do "ruído" comum. Mas quando se pergunta qual é a SUA opinião pessoal, a maioria cala-se. É claro que ficam com vontade de olhar, de escutar, com curiosidade de saber o que os outros estão (se atrevem) a dizer.

Com o hábito de sistematicamente não se dizer o que se pensa, tenho verificado que, para muitas pessoas, já é até difícil elas próprias saberem o que pensam; saber qual é a sua opinião pessoal, para além da do "grupo" a que pertencem; distinguir entre aquilo que devem pensar, ou que é suposto pensar, e o que realmente acreditam.

E porque é que isto acontece? Será pressão de grupo? Mas, afinal, não vivemos numa sociedade livre, em que cada um pode dizer abertamente aquilo em que acredita?
Na teoria, sim, é isso que parece acontecer. Mas na prática, a situação é muito diferente. Ninguém nos proíbe de dizer a nossa opinião. Mas falar abertamente tem um preço, que algumas pessoas acham demasiado alto.
Quando a tua opinião é diferente da do "grupo" a que queres pertencer, esse grupo pode não gostar, pode reagir mal ou simplesmente deixar-te de lado. E isso pode parecer um preço demasiado alto.

Mas não sermos nós próprios, também tem um preço. As pessoas que optam por viver mais ou menos ao sabor da corrente, não permitem que os outros as conheçam, mas na realidade também não se conhecem a si próprias. Acabam, por um lado, por viver com muito menos intensidade e, por outro, correm o risco de não "reparar" em problemas que se vão desenvolvendo e que, mais tarde, acabam por trazer muito sofrimento.

Há muitas pessoas que não se resignam a seguir a maré; que desenvolvem a coragem de ser quem são. A princípio pode até parecer difícil. Mas com o tempo, a situação pode começar a inverter-se. Se a pessoa tem convicções fortes, sejam elas quais forem, e vive de uma forma coerente com essas convicções, tendo o cuidado de respeitar quem pensa de forma diferente, acaba por ganhar o respeito dos outros, mesmo dos seus pares. E muitas vezes são estas as pessoas a quem os outros recorrem para pedir opinião ou conselho quando precisam.

O desenvolvimento pessoal é como uma caminhada. Nós precisamos de fazer um percurso por vezes pouco apetecível, para conseguirmos alcançar o ponto que desejamos.

Que papel pode o LisboaCounselling ter em todo este processo? Com o nosso apoio, podes não só desenvolver o teu auto-conhecimento e auto-confiança, mas também a habilidade para seres tu próprio sem perder o respeito e amizade dos outros.




23 setembro 2012

Terapia de Casal


É muito fácil e rápido perder a intimidade e a comunicação no casamento. É fácil cada um não saber o que o outro pensa, sente ou deseja (embora normalmente esteja convencido do contrário). Acabam por ser estranhos, vivendo na mesma casa.

Muitos destes casamentos continuam a "funcionar" na teoria, na aparência, embora na realidade já não haja qualquer relação entre os dois. E para isso não é preciso acontecer alguma coisa dramática. Podes olhar para o teu casamento e sentir que não há nenhum "problema" real. Simplesmente parece que não existe absolutamente nada entre vocês e já nem te lembras desde quando.

Muitos casais pensam que isso é uma crise e ficam à espera que ela passe. Mas o relacionamento não vai voltar a existir, a não ser que faças alguma coisa nesse sentido. E a demora, a espera, só vai aumentar o fosso que há entre vocês e tornar o caminho de volta mais difícil.

Uma das opções de ajuda a que podes recorrer é a Terapia de Casal. Esta pode seguir várias abordagens diferentes. Aqui, refiro-me apenas à abordagem do counselling. Podes ver as características das diferentes abordagens na série de artigos "Counselling vs. Psicoterapia", neste blog.


Posso ter a certeza que a Terapia de Casal vai resolver o meu problema?
Para restaurar uma relação são precisas as duas pessoas envolvidas. Podemos começar a trabalhar só com um dos membros do casal (na maioria das vezes é isso que acontece). Através do trabalho com um, podemos começar a operar muita mudança na relação, reduzindo as situações de conflito e melhorando a comunicação.
Muitos relacionamentos estão simplesmente bloqueados em velhos padrões de reação que sufocam o ambiente. Ao quebrarmos esses padrões negativos, normalmente há um alívio quase imediato, como uma lufada de ar fresco, que é sentido também pelo membro do casal que não queria procurar ajuda. Esse alívio, muitas vezes, acaba por o contagiar e cativar para um trabalho conjunto na restauração da relação.
No entanto, o teu parceiro é sempre livre de escolher a opção que quer. Mesmo havendo uma mudança visível em ti, ele pode continuar a não aceitar mudar a sua forma de agir.

E quando não se consegue a restauração da relação? Qual é o papel de Counselling?
Em algumas situações (por exemplo em alguns casos de violência doméstica) o outro pode continuar a não aceitar colaborar na reconciliação.
Aí, o papel de counselling é promover a tua cura interior e ajudar-te a desenvolver o teu potencial, de forma a conseguires lidar melhor com a tua situação e a fazeres escolhas mais informadas e mais conscientes. É também nosso papel ajudar-te na concretização das decisões que tiveres tomado.

O que precisas de mudar no teu casamento? O que estás disposto a fazer para isso?
Tu podes fazer a diferença!
Se queres ajuda, ou se desejas mais alguma informação acerca desse processo de resolução do teu problema, contacta-nos.

05 julho 2012

Counselling Vs. Psicoterapia — 4


O QUE É COUNSELLING?

Counselling é o mesmo que psicoterapia?
Não. Nós trabalhamos com o mesmo tipo de problemas que a psicoterapia mas a nossa forma de abordagem é muito diferente. Em Counselling, o cliente aprende a analisar o seu problema e a desenvolver técnicas e estratégias específicas para o resolver. Isso faz com que a duração do tratamento em Counselling seja bastante curta. Normalmente há melhoria visível logo desde as primeiras sessões e a maioria dos problemas é resolvida em poucos meses.

Nas correntes mais tradicionais da psicoterapia, o foco está no problema, no diagnóstico, no perceber as causas do problema. Em Counselling, nós focamos muito mais na resolução do que no problema. O objectivo não é compreender completamente o problema, mas resolvê-lo. Algumas das abordagens de Counselling defendem inclusivamente que não é necessário compreender a raiz do problema para conseguirmos resolvê-lo de forma eficaz. Nós só tentamos perceber os aspectos do problema ou do passado que sejam relevantes e úteis para a sua resolução.
Na prática, que diferença é que isso faz? Faz toda a diferença em termos de motivação, por exemplo. Quando o foco está no problema, o que o paciente vê / sente,  é esse fardo gigantesco que está sobre os seus ombros. Quando o foco está na resolução, o olhar do cliente está voltado para a frente, para a esperança de mudança. Ao voltarmos o olhar para a resolução, para o que já está a ficar diferente, estamos a fazer um tremendo investimento na motivação do nosso cliente e a potencializar a sua capacidade de mudança.

Counselling faz uma abordagem holística e multidisciplinar, não presa a técnicas rígidas. Apesar de a nossa formação incluir as várias correntes da psicologia / psicoterapia, a nossa abordagem é muito mais ampla do que apenas questões emocionais ou psíquicas, podendo tocar todos os aspectos da vida do nosso cliente.

Como se desenrola o processo de Counselling?
Eu creio que o primeiro aspecto fundamental para entrar numa batalha, é que os "soldados" estejam em boa forma. Um processo de cura interior ou de mudança é sempre uma batalha, por vezes muito dura. Por isso, em Counselling sempre começamos por aumentar a capacidade do nosso cliente, trabalhando aspectos como motivação, descanso activo, identificação de pontos fortes, etc. Ao mesmo tempo, começamos a trabalhar o alívio em relação ao problema, ensinando a resolver aspectos práticos simples que levem a uma melhoria visível. Nós acreditamos que pequenos passos abrem caminho para passos maiores. Ou seja, quando logo nos primeiros dias de Counselling o cliente verifica que conseguiu mudar algumas coisas, isso aumenta muito a sua motivação, auto-confiança e, na prática, torna-o mais capaz de lidar com os aspectos mais difíceis.
Ao longo das semanas há um trabalho de desenvolvimento pessoal do cliente e aumento da sua eficácia para lidar com situações difíceis, juntamente com a aprendizagem de técnicas específicas para resolver o seu problema (por exemplo técnicas de redução de ansiedade, de controlo de ataques de pânico, de assertividade / não permitir atitudes abusivas, etc.).
Trabalhamos a cura interior, libertação de feridas emocionais, restauração de relacionamentos quebrados, etc. Todo este processo é feito passo a passo.

Como é que em Counselling se conseguem resultados muito mais depressa do que nas abordagens tradicionais?
Em Counselling, o cliente tem um papel activo na resolução do seu problema. Ele aprende técnicas e estratégias que vai colocando em prática ao longo dos dias. Ou seja, enquanto nas abordagens tradicionais da psicoterapia o trabalho é feito essencialmente pelo terapeuta, em Counselling a "equipa" de trabalho é composta por duas pessoas: o counsellour e o cliente. Outro aspecto é que o trabalho não acontece apenas durante as sessões, uma vez que o cliente vai estar a colocar em prática no dia a dia aquilo que está a aprender. Isso faz com que seja um trabalho diário, permitindo resolver mesmo problemas graves em curto período de tempo.
Para além disso, como o cliente está a aprender a resolver problemas de forma muito prática, quando passar por outra situação difícil terá muito mais probabilidade de a resolver por si próprio, aplicando os conhecimentos que obteve durante o seu processo de Counselling.

Em Counselling, aprendes a tornar-te um "resolvedor de problemas".

03 junho 2012

Counselling Vs. Psicoterapia — 3


ABORDAGENS DA PSICOLOGIA

O que posso esperar da psicoterapia?

No século passado desenvolveram-se várias escolas diferentes no âmbito da psicoterapia.
Em Portugal, a abordagem mais comum é a terapia centrada no cliente, desenvolvida inicialmente por Carl Rogers. O pressuposto básico desta abordagem é que, se o terapeuta desenvolver uma relação de qualidade com o cliente, este conseguirá resolver os seus problemas por si próprio. Esta relação terapêutica foca na empatia e na aceitação positiva incondicional do cliente. Não é uma terapia directiva e não pretende ensinar nada ao cliente. Acredita que todos temos uma tendência inata para o crescimento e para sermos seres positivos e equilibrados e que, se tivermos o ambiente propício, iremos desenvolver essas tendências.
Pessoalmente, eu não acredito que um bom ambiente seja suficiente para se desenvolver um indivíduo equilibrado. Nós temos libre arbítrio e podemos usá-lo de forma bem negativa. A aceitação positiva incondicional também pode não ser a atitude adequada, por exemplo, em relação a clientes que estejam a desenvolver problemas graves, como é o caso de agressão ou abuso de outros ou, por outro lado, de tentativas de suicídio.
Nesta abordagem, por não ter um papel mais directivo por parte do terapeuta, o "tratamento" pode prolongar-se indefinidamente sem que o cliente consiga resolver o seu problema.

A Gestalt, escola da psicoterapia que surgiu na Alemanha, é considerada uma terapia ecológica pois vê o indivíduo de forma holística e sempre em relação com o seu meio ambiente. Tem como principal alvo a tomada de consciência e acredita que essa tomada de consciência é suficiente para que o indivíduo resolva os seus próprios problemas. No entanto, tem um papel mais activo do que a escola rogeriana (embora também não seja uma terapia directiva). Tornou-se bastante conhecida, principalmente em trabalho com grupos e workshops, através dos seus métodos pouco convencionais, como a técnica da cadeira vazia, esmurrar uma almofada, role-plays, etc. dando sempre uma grande ênfase à experimentação. O objectivo é que, através do uso desta experimentação o cliente consiga encontrar o seu próprio caminho.

Outro tipo de abordagem, são as terapias cognitivas, iniciadas por Piaget, que têm uma grande ênfase no conhecimento e na aprendizagem. Os terapeutas cognitivos acreditam que o cliente pode aprender formas mais eficazes de funcionar e de se relacionar. Nesta abordagem, o cliente aprende a perceber a dinâmica do seu problema e a desenvolver estratégias para o resolver. É uma abordagem completamente diferente das duas mencionadas anteriormente, uma vez que o terapeuta cognitivo "ensina" ao seu cliente formas mais eficazes de lidar com o seu problema, coisa que tanto na escola rogeriana como na gestalt, seria impensável. As terapias cognitivas têm um papel muito mais activo por parte do cliente, sendo a abordagem da psicoterapia que mais se assemelha ao counselling.

Tendo em conta as enormes diferenças entre as várias escolas de psicoterapia, percebe-se facilmente que os resultados obtidos por elas também sejam diferentes e, mesmo, que tenham público-alvo diferente. Por isso, antes de começares um processo de terapia, faz todo o sentido procurares saber qual o tipo de abordagem que o teu terapeuta usa e o que podes esperar dele.

Na 4ª parte deste artigo vou falar sobre as características do Counselling e das diferenças entre este e as outras abordagens terapêuticas.





26 maio 2012

Counselling Vs. Psicoterapia — 2


PAPEL E CARACTERÍSTICAS DA PSIQUIATRIA E PSICANÁLISE

Há várias abordagens possíveis? Quais as características de cada uma?
Como fazer uma escolha informada?

Todos nós já ouvimos o feedback de pessoas que procuraram ajuda para tratar problemas emocionais ou comportamentais e não obtiveram resultados satisfatórios ou, em alguns casos, até ficaram pior do que estavam. Isto alimenta a convicção de muitas pessoas de que tais problemas não têm cura. Aliás, as dificuldades emocionais continuam a ser vistas com algum preconceito, como algo que deve ser escondido.

Uma das opções mais comuns, perante distúrbios emocionais, é a psiquiatria. O uso da medicação está tão generalizado que, na maioria das situações, essa é a primeira opção. E muitas pessoas que entram nesse processo, continuam a usar medicação psiquiátrica para o resto das suas vidas.
Uma vez que os distúrbios emocionais não são uma "doença" orgânica (embora possam provocar muitas) , dificilmente serão "curados" através de medicação. O efeito desta é essencialmente a nível do alívio dos sintomas. No entanto, se o problema não for tratado na sua raiz, provavelmente não será resolvido. A medicação anestesia os sintomas e pode alterar aspectos como o humor e as emoções, mas dificilmente resolve as causas desses problemas.
Esta abordagem não requer qualquer colaboração por parte do paciente, que tem um papel bastante passivo.

Outra abordagem, que esteve muito na moda na segunda metade do século passado, é a psicanálise. Nesta terapia, que teve o seu início com Freud, há uma grande ênfase na infância como raiz de todos os problemas presentes. Segundo os psicanalistas, as disfunções ou distúrbios das pessoas devem-se a anseios ou necessidades básicas que não foram satisfeitas quando elas eram crianças. O processo de tratamento passa por recuar até essas fases em que surgiram os bloqueios e é normalmente muito demorado, podendo prolongar-se ao longo de anos.

Na 3ª parte deste artigo irei falar das abordagens da psicoterapia mais comuns em Portugal. Continua atento!


18 maio 2012

COUNSELLING VS. PSICOTERAPIA — 1


Counselling é o mesmo que psicoterapia?
Quais as diferenças?
Como saber qual é o mais indicado para mim?

Apesar de, nos países de língua inglesa e grande parte da Europa, counselling ser tão comum como qualquer outra especialidade na área das psicoterapias, em Portugal continua a ser praticamente desconhecido. Por isso, muitas pessoas me perguntam se counselling é o mesmo que psicologia, ou se é dar conselhos.

Counselling não é o mesmo que psicologia e também não é (de todo!) dar conselhos. Apesar de trabalharmos com o mesmo tipo de problemas que a psicologia, a forma de abordagem é muito diferente.


Para trabalhar com disfunções emocionais ou comportamentais, é saudável haver um leque de opções multidisciplinar. A abordagem que resolve o problema de uma pessoa, pode ser ineficaz para outra pessoa, mesmo que tenha um problema idêntico. Diferentes pessoas podem beneficiar de diferentes abordagens.

Em Portugal, infelizmente, ainda não há abertura e clareza suficiente para que uma pessoa, antes de escolher o especialista, possa ser informada acerca da terapia que ele usa, do tipo de abordagem que faz, de como ele poderá lidar com o seu problema, dos resultados previstos, duração do tratamento, etc. Nos países onde as pessoas têm fácil acesso a este tipo de informação, será muito mais fácil escolherem o especialista mais adequado para si, sem terem que recorrer ao método de tentativa e erro ou, pior ainda, à tentativa que os leva à conclusão de que o seu problema não é possível de resolver.

Na 2ª parte deste artigo vamos ver algumas diferenças entre counselling e algumas das abordagens da psicoterapia. Fica atento!


08 fevereiro 2012

Agressor, um Predador Social


Violência doméstica é algo muito específico. O agressor não é uma pessoa com problemas de falta de paciência ou com "pavio curto" como facilmente pode parecer, mas alguém que tem como objectivo maltratar e massacrar a sua vítima escolhida (normalmente a esposa mas muitas vezes também os filhos). É uma forma de bullying. O agressor é um predador social, aquilo a que em psicologia se chama um Psicopata.

Ele não é um louco; não é um doente mental. Não tem a desestruturação mental ou alucinações da esquizofrenia, por exemplo, nem o intenso sofrimento emocional da depressão (embora o possa imitar com mestria).

A sua principal característica é a total ausência de sentimentos de culpa, arrependimento ou remorsos pelo que faz. Ele é frio, calculista e completamente egocêntrico. É um transgressor de regras sociais e só visa os seus próprios interesses.
Tem uma incapacidade total para "sentir" a dor do outro, mas normalmente tem uma capacidade muito acima da média para detectar essa dor. Ele é especialista em saber aquilo que mais profundamente destrói a sua vítima. Isso dá-lhe o poder de provocar grandes males, mas normalmente sem "sujar as mãos".

Como qualquer predador, ele é especialista em se camuflar. A grande maioria dos agressores, nas várias formas de bullying (no trabalho, na escola, em casa) só é detectada pela(s) própria(s) vítima(s). No entanto, quando esta se começa a aperceber de que ele é um monstro, ele já tomou as medidas necessárias para garantir que ela não irá falar.

Ele sabe perfeitamente o que está a fazer e o sofrimento que está a provocar. Apesar da boa imagem que a maioria deles tem, todos deixam um rasto de destruição por onde passam.